Vulcões

Vulcanismo

O que nasceu primeiro: o ovo ou a galinha?

 
 
Publicado em 6/4/2012 por Ciência 2.0
Típica pergunta de algibeira para desarmar chicos espertos mas que, na verdade, tem uma resposta fácil e inquestionável: o que surgiu primeiro foi o ovo.
O ovo é a estrutura que resulta da fusão dos gametas (células sexuais) feminino e masculino nos animais. Ora, se assim é, todos os animais com reprodução sexuada os produzem: os invertebrados fazem-no, os peixes fazem-no, os anfíbios fazem-no e os répteis, as aves e os mamíferos também o fazem! Como muitos animais com reprodução sexuada evoluíram antes das aves, quando a primeira galinha apareceu na Terra, já existia uma panóplia inumerável de organismos a pôr ovos.
Mesmo que centremos a nossa resposta unicamente em ovos de casca dura, ou seja, ovos capazes de resistir fora do meio aquático, a resposta continua a ser o ovo. Os répteis foram o grupo animal que introduziu a inovação da casca dura nos ovos, que, em conjunto com uma pele altamente impermeável, lhes permitiu uma conquista extremamente eficaz do meio terrestre. Isto tudo milhões de anos antes do surgimento da primeira ave na Terra.
No entanto, alguns "répteis" deixaram de pôr ovos que passaram a ficar dentro da fêmea recebendo alimento a partir desta. Como tinham proteção, a casca deixou de ser necessária e desapareceu. Isso é o que se passou com os mamíferos, ou seja, connosco. Mas uma fêmea de mamífero grávida não é mais que um ninho confortável, seguro e (mais ou menos) portátil de ovos.
Se, por acaso, a pergunta se referir especificamente ao ovo da galinha, a resposta, não sendo tão clara, é provável que continue a ser a mesma. A galinha pertence à espécie Gallus gallus e, tal como todas as espécies deste planeta, resulta de um longo processo de evolução. Ao longo da história evolutiva desta espécieforam gradualmente surgindo mutações (ou seja, alterações no código genético dos indivíduos) que originaram indivíduos com novas características. Algumas dessas mutações acabaram por se tornar abundantes nas populações e, em alguns casos, acabaram por substituir totalmente as formas anteriormente existentes, dando origem às características que atualmente observamos nas galinhas, assim como à diversidade que observamos entre indivíduos desta espécie.
As mutações ocorrem em diversas partes do corpo dos indivíduos ao longo da sua vida, mas apenas são transmitidas à descendência se estiverem presentes nas células reprodutoras. No entanto, dificilmente uma mutação que ocorra num indivíduo adulto permitirá simultaneamente alterar as suas características físicas (e conferir as características que associamos àquela espécie) e ser transmitida à descendência, uma vez que para isso teria de se encontrar nas células reprodutivas e afectar características em outras zonas do corpo. Assim, o mais provável é que as características que agora observamos nas galinhas tenham surgido ou nas células reprodutivas de um indivíduo adulto (mas que não teria o aspecto conferido pela mutação pelo que não teria a característica em causa) ou num embrião em desenvolvimento. Em qualquer um dos casos, o primeiro organismo com características que observamos actualmente nas galinhas deverá ter sido um ovo.

Consultores científicos: Miguel Angel Carretero, Raquel Ribeiro e Alexandra Sá-Pinto, Centro de Investigação em Biodiversidade e Recursos Genéticos

Deformação das rochas - Falhas e Dobras

As rochas quando submetidas a condições de pressão e temperatura diferentes das que presidiram à sua génese, podem sofrer deformação.
Assim, origina-se uma alteração das rochas pela acção de forças de tensão exercidas sobre o material rochoso, com origem na mobilidade da litosfera e no peso de camadas suprajacentes.
De acordo com a Teoria da Tectónica de Placas, a litosfera encontra-se fracturada em placas, podendo estas convergir, divergir ou deslizar entre si estando as rochas que as compõem sujeitas assim, a fortes estados de tensão.
A tensão é a força exercida por unidade de área. Em resposta a um estado de tensão as rochas deformam-se, podendo ocorrer a alteração de volume ou alteração da forma das rochas ou, como é comum, alterar simultaneamente os seus volume e forma. As deformações mais comuns apresentam-se sob o aspecto de dobras e falhas.  

As rochas estão sujeitas a vários tipos de tensões – tensão de compressão, tensão de distensão (ou tensão de torção) e tensão de cisalhamento.

Os materiais rochosos podem apresentar diversos tipos de deformações em resposta às tensões que suportam.

Dobra
Uma dobra ocorre quando existem tensões compressivas a actuar na rocha, maioritariamente em regime dúctil. O material rochoso ultrapassa o seu limite de elasticidade, sendo por isso deformado, causando as dobras.
Falha
Uma falha é originada em regime frágil, por qualquer tipo de tensões. A rocha ultrapassa o seu limite de plasticidade, sofrendo então ruptura. As falhas costumam ocorrer de acordo com uma superfície de fractura ao longo da qual o ocorre o movimento dos blocos, denominado plano de falha. O rejecto é a distância que os blocos se distanciam entre si, sendo o bloco superior o tecto, e o bloco inferior o muro, em relação ao plano de falha.
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As falhas podem ser de vários tipos:
  • Falha normal – o tecto desce em relação ao muro, por acção de tensões distensivas.
  • Falha inversa – o muro desce em relação ao tecto, por acção de tensões compressivas.
  • Falha de desligamento – são falhas em que os blocos se deslocam na mesma direcção, mas em diferentes sentido, por acção de tensões cisalhantes.
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Todos estes fenómenos acima referidos costumam demorar milhões de anos a ocorrer.